segunda-feira, novembro 23, 2009

Conto

Era como se ela andasse cambaleando em cima do meio fio, onde a calçada era a felicidade, e a rua representava a tristeza, o seu abismo.
Ela sempre andava no meio termo, esperando que algum dia o tempo lhe permitisse alcançar a felicidade sem nunca mais cair no abismo de trsiteza que morava ao seu lado.
Junto com ela caminhava o amor, que era determinante: pendia para o lado que queria, arrastando consigo a menina, que sofria calada.
Por muito tempo a menina caminhara pelo meio fio de sua vida, beirando a felicidade, mas também ao lado da tristeza... até que um dia o amor, trapaceiro, puxou a menina para o lado de baixo, fazendo com que ela caisse num buraco escuro e profundo.
"Onde eu estou?" "Por que você fez isso comigo? Eu sempre quis só te fazer feliz" ela dizia ao amor. Mas não adiantava. Parecia que o amor precisava urgentemente que ela sofresse, e sem piedade arrastou a pobre alma da garota inocente para um mundo obscuro, em que não se tinha certeza de nada a partir de um palmo em frente à sua cabeça.
"É, minha garota, isso é que é o amor: te faz beirar os céus, para que você nunca pense que no final vai acabar num abismo."

segunda-feira, novembro 16, 2009

Não quero ser breve.

Bem, não sei por onde começar. Estou um pouco angustiada com alguns pensamentos, e realmente indecisa sobre o que fazer da minha vida, então, quando isso acontece, ponho-me  a escrever: sobre o quê? bom, hoje será sobre a brevidade de tudo.
Percebo todos os dias como as coisas são breves, momentâneas. Numa velocidade muito maior do que a da luz, os meus pensamentos e conclusões passam por mim, me tornam diferente por um piscar de olhos, e depois, tudo volta ao normal.
Não entendo: constantemente mudamos. Mas mudamos igualmente todos os dias.
Se pergunte quantas vezes você já tentou tomar iniciativa pra começar a academia na próxima segunda-feira; ou então quantas vezes já disse que ia parar de fumar e nunca conseguiu.
Tudo isso tem a ver com o pensamento, mesmo que não percebamos.
Pra mim, isso tudo acontece porque nossa cabeça, cansada de tomar iniciativas que o nosso corpo não obedece, decidiu fingir todos os dias que está mudando.
Sabe, nem tudo é mudança. Até mesmo a vida é igual. Todos nascemos, nos apaixonamos, temos amigos, perdemos alguém da familia e então morremos. Pelo menos essa é a lei natural da vida. Mas o que me atormenta é o fato de que cada mudança parece única, cada mudança parece nova, como se fosse a primeira, mesmo sendo a milésima.
O problema de sermos enganados constantemente pela nossa mente, é uma coisinha chamada esperança, que está sempre conosco, desde crianças.
Uma coisa tão humana, tão presente, mas ao mesmo tempo tão frágil e fácil de tirar de alguém. Acho que se não fosse a esperança, não teriamos sentido para a vida. Pra quê viver sem ter sonhos? sem ter algo por o que buscar? De imutável já chega a morte!
É por isso que quero falar sobre a brevidade das coisas. É por saber que somos breves, que a vida é breve, e que a esperança também é. Os sonhos de hoje, os sentimentos de hoje, e a pessoa que você é HOJE, não serão os mesmos quando você acordar amanhã pela manhã.
Por isso acredito que devemos viver, devemos encarar cada coisa como se nunca tivessemos visto, e como se nunca mais fossemos ver. Temos que viver, e deixar essa breve existência passar.