quinta-feira, outubro 22, 2009

Inquietação.

Sabe, mesmo que não pareça, eu tenho escrito MUITO.
Só que não consigo acreditar que nada que eu tenha escrito seja bom o suficiente pra por aqui, entende? Parece que nada me agrada, nada presta, nem eu estou prestando. Pra mais nada.
Tenho noventa e nove por cento de certeza que a culpa é minha: estou demasiada ocupada com minhas questões morais idiotas e sem fundamento. Estou uma inútil. Não quero ser assim, não quero ser triste!
Tenho mãe, namorado, um corpo saudável, trabalho, e ainda consigo guardar um dinheirinho ao longo do mês. Tenho amigos, rio, me divirto, falo besteira. Mas sabe quando parece que não é você quem está ali, parecendo feliz, e sim um fantoche colocado por sei lá quem em seu lugar?
Não aguento isso, não mesmo.
Tenho sentido um ódio muito enorme de mim mesma, do meu ego, e da minha falta de atitude.
Se eu pudesse, eu escondia minha cara com um saco de pão e nunca mais saía para a rua sem ele.
Esses tempos um garoto (um playboy, na verdade) me chamou de otária. Eu, como qualquer pessoa em sã consciência, não gostei.
Mas sabe de uma coisa? Eu sou sim, e não passo de uma otária.
O que eu tenho feito pra mudar essa condição?
Eu nunca quis ser uma pessoa normal, que vê o erro e aceita-o, e hoje, não passo de uma afiliada do governo que só acena a cabeça para o roubo e a covardia.
Cadê aquele espírito de luta, de moralidade, que havia dentro de mim?
Eu sei que deve estar aqui dentro, em algum lugar, e eu tenho certeza: ainda vou me reencontrar.
Pra enfim poder encontrar o mundo.