domingo, maio 31, 2009

Manhãs de domingo.

Acredito, que se algum dia - daqui uns vinte e poucos anos -, me perguntarem do que eu mais sinto falta da cidade pequena onde nasci, responderei que sinto falta do ar de domingo.
Cidades pequenas têm essa vantagem: nos sentimos em casa em qualquer parte, e nos familiarizamos com tudo. Guardamos boas lembranças de aconchego e de vivência em família com aquele calor humano nos corações.
Ainda me lembro dos domingos de inverno em que meu pai e eu acordávamos cedo para ver a geada nas folhas das árvores, sentir o cheiro da natureza, ouvir o canto soberano dos joão-de-barro em cima de nossa casa, e sentávamos para ver tv, no frio, mas ao mesmo tempo no calor do lar.
Aquele ar de família, de confraternização, invadia todas as casas da vizinhança, e fazia com que pelo menos naquele dia, esquecessemos dos problemas financeiros, das brigas de vizinhos, da falta de luz na rua, e parássemos para conversar e assistir corrida na televisão, que ficava ligada no canto da sala.
Lembrarei certamente dos poucos, mas mais bonitos anos da minha vida, junto de tudo que eu precisava pra ser feliz. Com certeza lembrarei da minha infância.
Essa manhã, acordei com a sensação de que meu pai entraria a qualquer momento pela porta da cozinha, pegaria minha mão e me levaria para ver a geada nas folhas e ouvir o som dos pássaros.
Hoje, pela primeira vez em muitos anos, lembrei e dei valor àqueles momentos felizes que eu nunca tinha notado. E pela primeira vez em tempos, me lembrei do valor que têm as pessoas, e do valor que temos que dar à elas.
Me lembrei que a felicidade está nas pequenas coisas, e que pra ser feliz, basta querer...

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